As exigências da atualidade são enormes. O corpo, a mente e a psique sentem isso de forma a causar grandes desequilíbrios.A cobrança por um corpo em forma, como sugerido pelas "modelos" nas revistas, a exigência pela produtividade somada à competência profissional, e a manutenção de um estado de humor estável e otimista, acaba gerando desequilíbrio. Afinal, não fomos preparados para tamanho desafio.
Outro dia, conversando com um amigo ele fez a seguinte pergunta: "alguém te ensinou a lidar com o dinheiro na escola ou em casa? Não, ninguém aprende economia desta maneira. Mal começamos nossa vida no mercado de trabalho e já estamos lidando com dinheiro, sem nenhum conhecimento prévio. O mesmo acontece com nosso corpo, mente e emoções. Raras são as pessoas que têm a oportunidade de conviver com conhecimentos mais profundos e uma visão holística do ser humano, da existência. Dificilmente alguém aprende nos ensinos fundamental e médio sobre consciência corporal, em como lidar com as emoções e estados mentais. Costumo brincar que o resultado disso é uma massa seguindo no ritmo do "deixa a vida me levar".
Por isso, defendo sempre a proposta do Yoga na Educação. Desde pequenas as nossas crianças deveriam entrar em contato com seu corpo de forma mais consciente, escutar o silêncio, sentir o que acontece dentro delas. Fiz um trabalho durante um ano com crianças especiais e durante dois anos com crianças da pré-escola. Tenho a certeza que a semente foi plantada! Consegumos silenciar diversas vezes, relaxar, escutar música e histórias e harmonizar tudo e todos a nossa volta.
Sem dúvida o Yoga é uma ciência completa, pois oferece ao praticante equilíbrio físico, mental e espiritual. Mas, por favor, não veja o 'espiritual' como algo religioso, e sim como algo não-material, como energia, assim como mente e as emoções. Experimente uma visão quântica! Faço este alerta pois a mente, que adora julgar, pode bloquear qualquer possibilidade de experimentação desta ciência milenar que é o Yoga.
As posturas e os exercícios de respiração levam a uma maior consciência do corpo, dos ritmos internos, dos fluxos de energia, além de proporcionar a possibilidade da pausa, da não-ação. É na ausência da ação, que observamos as flutuações da mente, o turbilhão de pensamentos, de emoções que surgem mesmo quando estamos parados, relaxados e em silêncio.
No Yoga, com as ações que fazemos e sentimos no corpo (alinhamento, fundação, força, expansão, contração, equilíbrio) e a respiração tranquila (consciência e controle dos ritmos internos), somos levados a um estado de presença. Se a mente vagueia perde-se toda a conexão de músculos com ossos, o enraizamento dos pés, a respiração ritmada, entre outras. Sempre costumo lembrar para meus alunos: "onde está a sua mente é onde você está colocando a sua energia!". É algo muito novo para quem começa a praticar, e leva algum tempo para se ter consciência.
Todo esse conhecimento tem um objetivo simples, a manutenção de uma vida mais feliz e equilibrada. Tem um livro fantástico que nos ajuda a ir além neste tema, chama-se "O Poder do Silêncio". Segue uma relexão para reforçar a necessidade da pausa:
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Quando entra no Agora, você sai do conteúdo da sua mente. A incessante corrente do pensamento se desacelera. Os pensamentos não consomem mais toda a sua atenção. Há intervalos entre eles - espaços de silêncio e calma. Você começa a perceber que o seu ser é maior e mais profundo do que seus pensamentos."
- Eckhart Tolle, do livro "O Poder do Silêncio".
